sábado, 28 de março de 2009

Bisavô

O nome da piada virou Jobim
em homenagem ao Tom.
O tom menor
andava em ré
e a diminuta
esperava em pé.
Os da percussão contavam
passo a passo
os compassos
sem errar a batida.
Um dois três,
contavam sem pensar
quatro meia nove,
pensavam bem
antes de falar.

Andava lá pelas tantas
o bisavô imaculado
das bonecas de pano
dos documentos vencidos
dos batuques convencidos
das plásticas imaginárias.
Andava sem me ver
meia volta volver
cálculos da física
complicados pelos português
todos por se resolver.
Vejo a minha grande história
como a tua comum,
brilhantes idéias
numa cabeça em turbilhão
desenhando em outro mundo
muito além do meu.
O bisavô que acha feio
tudo o que é espelho,
tem vergonha de ser velho
tem medo do seu eu.

O eterno visitante dos botecos
vai e não volta
volta e retorna
dá meia volta
e sai porta afora.
O eterno cineasta vazio
presidente do Brasil
fotógrafo do seu eu
amante do que é meu.
Nomeado de coração
meu bisavô por adoção.

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