sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mão amante I

Essas mãos quentes
que cobrem bem os meus seios
que vão descendo, descendo...
passam por minha cintura, apertam-me seguras,
e descem vagarosas até minhas vergonhas.
Essas mãos inquietas
que não encontram conforto
em nenhuma parte do meu corpo.
Essas mãos,
que chegam como uma língua quente,
fazem-me perder todo o pudor
fazem-me perder toda a coragem.
Essas mãos graves e grotescas
que nunca me disseram
se realmente sabiam o que é amar.
Essas mãos velhas e cansadas
que me tomam por completo
ora dum lado ora do outro.
Essas mãos feias e manchadas
que me completam assim como
completaram-te as garrafas de vinho.
Essas mãos que me agarraram bêbadas
numa festa de quinta-feira
e arrastaram-me a momentos de dor também.

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