segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Teatro

Olha, vê se é vida
Vê se é tristeza
Vê se é buraco
Vê se é cenário
Vê se é pintura
A vida do burguês...
E se um dia, o cenário cair?
E se um dia, a flor não abrir?
Ah, olha,
Vê se dá tempo
Vê se é verdade
Ou se é mentira
Vê se ele ama...
Ou só decora seu papel.

Olha, será que é singelo
Olha, será que é fraco
Será que é comédia?
Vê se é fácil
Vê se é amável
Vê se é drama
Vê se é tudo reto.
Na peça do burguês...
E me diz, se um dia
Ninguém aplaudir?
Se um dia, eu resolver dormir?
Olha, vê bem
Meio na contramão
Se tudo tem sentido
Meio sem querer
Se isso mata tua fome.

Olha,
Vê se tem exagero
Vê se tem sossego
Vê se tem vício
Vê se tem inicio
meio e fim.
Vê pra mim,
Quem é o burguês...
E me diz, se um dia alguém morrer?
Se um dia, alguém mudar a peça?
Vê se o caminho está perdido
Vê se alguém pode mudar
Vê se alguém pode sorrir
E vê se eu posso participar.

Olha, ah olha
Se demora, se é amora
Se é banana ou melancia
Se tem cheiro, se tem gosto
Se tem voz, se tem face.
E procura pra mim
As vontades do burguês...
Por que se um dia,
O teatro eclodir
de vez, e o burguês morrer,
Quem vai sorrir?
Quem sabe então assim,
tudo que é perdido
se torne o melhor destino.

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